Corvo-marinho
Imigrante ilegal no concelho de Mortágua
Há algum tempo, aqui em Mortágua, observei uma ave em pleno
voo que me pareceu um corvo-marinho. Fiquei com algumas dúvidas, uma vez que
estamos a uma certa distância do mar e nunca antes os tinha visto nesta região.
Essas dúvidas caíram por terra quando, há poucas semanas, fazia a minha
caminhada de manutenção e ao chegar à ponte de Vale de Açores me deparei com uma
destas aves, descontraidamente pousada num banco de cascalho imediatamente a
jusante da ponte.
Levava comigo uma pequena máquina fotográfica e aproveitei
para tirar uma fotografia. Por razões que ignoro o meu modelo não se sentiu
ameaçado e permitiu-me captar múltiplas imagens, dos mais diversos ângulos, até
decidir continuar a minha viagem.
Voltei á mesma zona repetidas vezes. Por vezes avistei a
ave, mas nunca mais me deixou aproximar. Ainda assim consegui fotografá-la em
voo e pousada nos salgueiros.
Mas passo ás apresentações.
O corvo-marinho tem o nome científico de Phalacrocorax
carbo. Também é conhecido por Cormorão.
Existe em quase todos os continentes, excetuando a América do sul e a Antártida, ocupando as
áreas costeiras, mas estendendo-se por vezes a albufeiras, pauis e cursos de
água.
Alimenta-se preferencialmente de peixes que captura
mergulhando em águas de pequena ou média profundidade, e também de crustáceos e
anfíbios. Consegue manter-se debaixo de água mais de 30 segundos.
Consome 400 a 600 gramas de alimentos, chegando a ingerir
uma quantidade de peixe superior ao seu peso.
Alguns pescadores e piscicultores acusam o corvo-marinho de
ameaçar o equilíbrio das espécies ribeirinhas e de destruição da produção das
pisciculturas, o que pode ser verdade em zonas onde proliferem exageradamente
estas aves.
Passemos então à reportagem fotográfica.
Esperemos que esta ave não venha contribuir para o declínio
das espécies piscícolas residentes.
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