A
Vespa velutina nigrithorax
ou
O Silêncio dos Inconscientes
ou
O Silêncio dos Inconscientes
Desde
2004, a Europa tem vindo a ser invadida por uma vespa asiática, que terá
chegado a Bordéus numa encomenda de produtos hortícolas, proveniente da China.
Daí se difundiu, e foi identificada no Norte de Portugal em 2011. Desde então tem avançado para Sul, encontrando-se já implantada em quase todo o território nacional.
Esta
vespa ataca as abelhas produtoras de mel, das quais se alimenta, destruindo os
enxames. Os resultados são terríveis, pela perda da produção de mel, mas ainda
piores pelo prejuízo causado à polinização das árvores e outras plantas
dependentes da acção das abelhas para a sua frutificação.Daí se difundiu, e foi identificada no Norte de Portugal em 2011. Desde então tem avançado para Sul, encontrando-se já implantada em quase todo o território nacional.
Devia ser um dever cívico vigiar e relatar todas as ocorrências relacionadas com o aparecimento deste insecto, em particular o aparecimento dos seus ninhos, para que se possa combater com o máximo de eficiência. E deveria ser função das autoridades municipais esclarecer a população sobre o modo de identificar os ninhos, e comunicar a quem de direito para tomar as medidas necessárias.
Pois bem, têm-se remetido a um perigoso silêncio, ao que consta, para evitar o “alarmismo”. Acontece que o alarme devia ser dado a tempo, para não chegarmos à situação de não haver maneira de controlar a praga.
Actualmente, a única maneira de controlar localmente este flagelo é através da destruição dos seus ninhos, feita de modo correcto.
Comecemos
pela identificação do insecto:
A vespa rainha
tem cerca de 3cm de comprimento; as vespas obreiras aproximadamente 2,5 cm.
A cabeça é
preta e acastanhada. O corpo (toráx) é castanho-escuro ou negro e delimitado
por uma fixa amarela. O abdómen é um segmento único em tons acastanhados e
alaranjados.
As
extremidades das patas são amarelas.
Nos meses de
Janeiro e Fevereiro, as vespas rainhas hibernam na terra.
Em Março e Abril
as vespas rainhas fazem os ninhos primários
onde em Maio nascem as primeiras obreiras.Em Junho e Julho, fazem os ninhos secundários onde se reproduzem de modo acelerado.
Em Setembro –Outubro dá-se a fecundação das futuras rainhas.
Em Novembro-Dezembro morrem os machos e as vespas obreiras, permanecendo vivas as rainhas, que de seguida hibernam.
Construídos
pela vespa rainha, de pequenas dimensões (5-10cm), são os locais onde nascem as
primeiras vespas obreiras. Já foram descritos nas mais variadas estruturas, inclusive
no solo. Segundo os homens empenhados no combate, é esta a fase mais favorável
para lutar contra a difusão da praga. É de toda a conveniência que as pessoas
os identifiquem e comuniquem a sua existência.
A partir dos ninhos primários a vespa rainha e as novas obreiras partem para a construção dos ninhos secundários, de grandes dimensões, arredondados ou em forma de pera, chegando a ter um metro de maior eixo, por 80cm de menor.
Normalmente são construídos em locais altos, de difícil acesso, acima dos 5 metros de altura, e neles nascem novas obreiras em ritmo acelerado.
Como se compreende é complicado o combate nesta fase.
Como se combatem?
Quem os combate?
A
única forma de combate, neste momento, passa pela destruição dos ninhos,
primários ou secundários, com as vespas no seu interior. Se por acaso ficam vespas fora do ninho, estas constroem novo ninho e continuam a sua actividade, como aconteceu no caso que fotografamos acima. Isso implica que o ataque ao ninho tem de ser feito de noite, para que todas as vespas estejam recolhidas.
O
acesso aos ninhos secundários, a maioria das vezes tem de ser feito escalando
as arvores em que estão instalados e protegidos com equipamento adequado o que
implica grande coragem e esforço físico.
Em
Mortágua existe uma equipa que se tem dedicado a esta corajosa actividade e que
se intitula Brigada anti-velutina. Vemos nesta fotografia Mário Mendes, de Macieira, e Paulo Martins, de Falgaroso da Serra, pertencentes a esta brigada.
Não têm apoios oficiais. Não têm nenhum seguro que os proteja no caso de uma adversidade. Não recebem medalhas no Dia do Município.
Tanto
quanto sabemos, a sua técnica habitual consiste em injectar com gasolina todo o
ninho secundário, paralisando e matando as vespas, e colheita do ninho em bloco com o ramo em
que está implantado.Não têm apoios oficiais. Não têm nenhum seguro que os proteja no caso de uma adversidade. Não recebem medalhas no Dia do Município.
No presente ano já destruíram mais de 10 ninhos primários, estando a começar a época dos ninhos secundários.
Durante a época passada foram destruídos 58 ninhos secundários. É de salientar que durante o Verão é difícil ver os ninhos devido à densidade da folhagem e à altura a que estão, e só quando as folhas começam a cair, no Outono, se conseguem avistar.
Apresentamos aqui duas fotografias que permitem apreciar a estrutura interna de um ninho secundário
Finalizamos com o emblema da Brigada anti-velutina.
Há que apoiar estes homens no seu corajoso combate contra a vespa assassina das abelhas, que nos dão mel e polinizam as plantas.
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