Azulejos Mouriscos
na Igreja de Mortágua
Após a reocupação
cristã da península ibérica, ficaram muitos muçulmanos, a quem foi permitido
manter a sua religião, o seu idioma e os seus costumes.
Eram os mudéjares.
Influenciaram muitas actividades, entre elas as artes decorativas.
Daí que na época
em que foi construída, ou talvez reconstruída, a igreja matriz de Mortágua, fosse
usual utilizar os azulejos hispano-árabes
para decoração de altares e edifícios religiosos.
Maria José Goulão no
seu trabalho “Alguns problemas ligados ao emprego de azulejos «mudéjares» em
Portugal nos séculos XV e XVI” diz-nos:
Ao
longo das centúrias de Quatrocentos e Quinhentos, as remessas vindas de Espanha,
umas de grande vulto e de valor artístico inestimável, outras mais modestas,
transformaram radicalmente o aspeto de muitos dos nossos edifícios de caráter
religioso e civil. A decoração cerâmica tornou-se de tal forma apreciada que se
criou uma verdadeira moda, o que se compreende tendo em conta o grande efeito
decorativo dos azulejos «mudéjares», o seu relativamente baixo custo e fácil
aplicação.
Apesar de muitas
remodelações feitas na igreja desde então, há um conjunto de azulejos que
persiste até hoje, embora tenham, provavelmente mudado de localização e de
função.
Entre as fichas de
inventário constantes da Colecção Santos Simões na página da Fundação
Calouste Gulbenkian, sobre a Igreja Paroquial de Mortágua, entre outras
considerações eventualmente desactualizadas, encontramos o seguinte registo:«Na capela mor, na parte inferior da parede do lado do ev., restos do silhar que teria sido de azulejo mudéjar, aproveitamento, provavelmente, dos azulejos do primitivo frontal do altar.»
Para melhor apreciação, acrescentamos alguma imagens mais pormenorizadas.
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