segunda-feira, 12 de junho de 2017


VOLTANDO A ALFREDO CÂNDIDO
E A MORTÁGUA
 
Publiquei    algum tempo uma  notícia da passagem de Alfredo Cândido por Mortágua e dos desenhos que teria pintado de motivos mortaguenses, e do seu relato no jornal Defesa da Beira. Errei completamente quando entendi que teria sido uma exposição temporária de trabalhos de Alfredo Cândido, porque não dei a devida atenção ao que dizia a peça jornalística: “o artista que transformou o «viveiro» do Jardim-Escola João de Deus, de Mortágua, num viveiro de motivos regionais, paisagens que a nós nos parecem toscas, sem merecimento, sem interesse, mas que o artista, em pinturas maravilhosas, imprimiu ao amplo salão um formidável aspecto digno de admirar-se e nas quais as criancinhas hão de recrear o seu olhar curioso e ávido de coisas belas.

Se tivesse dado a conveniente atenção ao texto perceberia que era uma obra para permanecer no futuro - nas quais as criancinhas hão de recrear o seu olhar curioso e ávido de coisas belas.

A publicação da notícia teve a virtude de permitir que alguém, uma das tais criancinhas agora já avó, me informasse que as pinturas estavam no local original – na parede do jardim-escola João de Deus de Mortágua. As pinturas foram executadas num friso que abrange três paredes do salão central do jardim-escola. O tempo degradou algumas delas, mas na sua maioria, mantêm-se em bom estado. Constou-nos que teria sido feita uma intervenção no painel por um “habilidoso”, um tal Fernando Coelho, também conhecido por "Peixinho", que provavelmente nem saberia o que estava nas áreas que “restaurou”. Daí que algumas das coisas listadas no artigo da Defesa da Beira, deixaram de existir, ou se existem, não são reconhecíveis.
Pensamos conseguir reconhecer algumas
 
- Um trecho das vizinhanças do jardim-Escola;


- Um lavrador, com a sua junta de bois, a lavrar a terra;


 
- Rigueiras – vendo-se, ao fundo, os contrafortes do Caramulo, e, ao lado, um trecho da pitoresca «Quinta da Velha».




 
- Jardim público, com o respectivo coreto, que alguém classificou de monumento ao músico desconhecido;



- Açude à ponte de Vale de Açores, com o respectivo moinho;

 


- Ermida de Nossa Senhora de Fátima, acoitada pela gigantesca sobreira;

 


- Uma visita panorâmica do Cabeço do Senhor do Mundo, tendo, por fundo, a serra do Caramulo;



- Igreja de S. Gens, em Pala, vista do caminho da Palinha;



- A pitoresca ponte do Barril, tendo por fundo, o Barril de Cima;




- Uma rua de vale de Açores – casas típicas;



- Um trecho das eiras no alto do Outeiro;



-Um alpendre, no cimo do Cabeço, junto à capela do Senhor do Mundo;



- Ponte metálica do Caminho de Ferro, paralela á ponte de pedra, vista do Caneiro;



- Pelourinho de Mortágua;



- Um trecho da Rua de Trás, com todas as suas derrocadas;



- Um trecho do Chão de Calvos com a sua capela tradicional e entrada para o fontenário e ruínas da antiga casa da guarda;



- Casa na povoação da Gândara, onde nasceu D. Maria Isabel;



- Casa de residência do dr. Aníbal Dias e um recanto da sua entrada, onde se vê a legenda «Vila Maria Isabel»;



Não consegui identificar :

1 - Chafariz de Mortágua e edifício dos Paços do Concelho que lhe fica em frente;

2 - Ao centro – o Brasão de Mortágua.

Encontrei algumas imagens que não correspondem ao que está descrito


 
e uma zona degradada. Provavelmente terão sido objecto de intervenção pelo nosso pintor local, que tratou de alindar a zona degradada, sem saber o que lá estava anteriormente.

As fotografias que aqui apresento, não foram tiradas nas melhores condições. Penso que as pinturas mereciam a atenção de um fotógrafo profissional, até para servirem de informação a futuras intervenções de recuperação.

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