Os marcos do Convento de Santa Cruz
Sabemos que a freguesia de Pala foi pertença do Convento de Santa Cruz desde tempos muito antigos. Os residentes da freguesia de S. Gens de Pala eram rendeiros, e pagavam os seus tributos ao Convento. E como proprietário zeloso, o Convento marcava os limites dos seus domínios. Era uma prática habitual, conforme confirmamos pela leitura de uma tese de Mestrado da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, apresentada em 2009 por António Simões Figueira, e intitulada A COMUNIDADE DE CERNACHE. A GOVERNANÇA MUNICIPAL (1787-1834), onde foi publicada uma fotografia de um marco recentemente localizado naquele concelho.
«A imagem acima é um marco in situ do Mosteiro crúzio e foi usado
na demarcação do tombo de 1620. Foi encontrado há dois anos, em Cernache,
quando se procedia ao alargamento e limpeza da vala que conduz a água para o
Moinho das Lapas.»
FIGUEIRA, António
Simões : A COMUNIDADE DE CERNACHE A GOVERNANÇA MUNICIPAL (1787-1834). Tese
de Mestrado. Faculdade de Letras da
Universidade de Coimbra 2009
Também nós temos marcos no nosso concelho, só que aquele de que tivemos conhecimento, já tinha sido deslocado por um tractorista que pensou tratar-se de mais um pedregulho solto, que só estorvava no meio de um terreno de cultura. A actual proprietária, que conhecia a pedra desde criança, foi encontrá-la lançada para uma silveira, e decidiu transplantá-la para o seu jardim, onde se encontra neste momento. O seu local inicial era na várzea de Monte de Lobos, e actualmente está num jardim da localidade.
A proprietária, por simpatia, tinha avivado os contornos com pó de giz quando lá fomos fotografar.
Contrariamente ao anterior, este marco não está datado e tem um traço menos aperfeiçoado, mas quase podemos assegurar que é mais antigo.
Fomos informados que existem outros exemplares, mas, tal como este, foram deslocados da sua posição inicial. Ainda não tivemos oportunidade de os ver e fotografar, como era nossa intenção.
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