Não sabemos como decorreram todas as eleições durante os 16 anos da primeira República. Mas encontramos um artigo de António José Queiroz, publicado na Revista da Faculdade de Letras- História ( Porto, III Série, Vol.11- 2010) e intitulado "As eleições legislativas de 1925", que descreve comportamentos dos partidos e seus militantes que não considerávamos possíveis à luz da ética republicana, usando como suporte a imprensa da época. Citamos:
«Nas vésperas do acto eleitoral, como podia ler-se no Diário de Lisboa *, ainda se ultimavam as "combinações". Mesmo os adversários mais irredutíveis chegavam "às boas" e entravam em acordos surpreendentes. Como por artes mágicas, acrescentava esse jornal, as “regras” e os “princípios estabelecidos” haviam desaparecido » *DL.7/11/1925
« Contra os acordos insurgia-se alguma imprensa, considerando-os “uma deturpação do sistema representativo”, já que, de forma geral, significavam “uma partilha de votos entre caciques, com inteiro desprezo do sentir dos eleitores”*. Desses acordos resultava, na prática, a nomeação e não a eleição dos deputados.» *A Região Faviense,12/11/1925
Orgulhamo-nos pois que, no meio da bandalheira generalizada, um natural de Mortágua continuasse a lutar pela Democracia e pela manutenção dos princípios éticos. Na verdade, o partido que dirigia não elegeu nenhum representante nessas eleições.
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