Eugénio
dos Santos Carvalho
Foi
um oficial do exército, engenheiro e arquiteto, que atingiu os mais altos
postos da sua profissão, chegando a inspector das Reais Obras de Arquitetura da
Corte, arquiteto do Senado de Lisboa, Arquiteto da Marinha e Director da Casa
do Risco.
Após
o Terramoto de 1755, adquiriu grande notoriedade, sendo um dos principais
responsáveis pela reedificação de Lisboa, juntamente com o engenheiro-mor Manuel
da Maia e o engenheiro Carlos Mardel.Grande parte do plano de recuperação de Lisboa é de sua autoria, principalmente da baixa pombalina. O anteprojeto da estátua de D. José no Terreiro do Paço, os edifícios da Alfândega, do Arsenal, da fábrica de tabaco e da Ribeira das Naus, terão saído dos seus traços.
Porque falamos dele?
Não há dúvidas que nasceu em Março de 1711 , na casa dos Carvalhos, na Rua Direita da Freguesia de Nossa Senhora dos Prazeres, em Aljubarrota, terra de onde era natural a sua mãe.
Quanto ao seu pai as informações são contraditórias:
1 - Segundo História de Portugal – O Guia Online da História de Portugal,
« O pai de Eugénio dos Santos e Carvalho tinha como emprego, na altura, uma profissão que hoje seria equivalente a um mestre-de-obras e projetista…..
…..o seu pai era natural da região de Cantanhede. »
2- Segundo a Página SIGARRA- Universidade do PORTO
«..Eugénio dos Santos e Carvalho nasceu…... no seio de uma família de pedreiros de Mortágua . Seu pai, António dos Santos, fora pedreiro e mestre de riscar obras e seu avô paterno, António de Carvalho, fora pedreiro. »
Para sermos honestos, não conseguimos ir
mais longe na pesquisa, e se bem que a segunda hipótese nos fosse mais
agradável, não temos onde nos basear para a apoiar.
Morreu em Lisboa, a 5 de Agosto de 1760 sendo sepultado na Igreja de S. Francisco.
Como curiosidade deixamos aqui a carta de
arquiteto da Cidade concedida a Eugénio dos Santos Carvalho, que copiamos de Maria
de Lurdes Ribeiro da Silva:
Eugénio dos Santos de Carvalho, 1750
[Carta de Arquitecto da Cidade dada a Eugénio dos Santos]
(...)
Fazemos saber aos que esta nossa carta virem, que perante nôs pareceo por sua
petição o Cappitão Eugenio dos Sanctos, dizendo nella ser architecto nesta
corte, e que por fallecimento de seu sogro Manuel da Costa Negreiros, ficara
vaga a occupação de Architecto da Cidade, e por que nelle supplicante
concorriao as sircunstancias percissas para nelle ser provido o ditto officio:
Pedia ao Senado lhe fizesse merce de o prover na propriedade do ditto officio.
E (...) constou ser o supplicante Limpo de sangue, muito bem procedido e perito
na arte da architectura, que com boa aceitação exercia nesta Corte havia annos,
e ser genro de Manuel da Costa Negreiros fallecido, que com boa assistencia e
capacidade havia servido de propriedade o mesmo officio, lhe demos o seguinte
despacho para se lhe passar sua carta.
Passe
se lhe carta na forma do estillo. Meza 22 de Agosto de 1750. (...) Por virtude
do qual despacho, havemos por bem de o prover, como com effeito provemos ao
ditto Eugenio dos Sanctos, na propriedade do officio de Architecto da Cidade,
que pessuirá em todos os dias de sua
vida, e com elle havera vinte mil reis de ordenado, pagos aos quarteis pella
fazenda da Cidade (...), que ele em tudo guardara seu servisso e o do Senado, e
o direito às partes: e será obrigado a cumprir as ordens do Senado, e a vir a
elle todas as vezes que for chamado, e a hir as vistorias em q’ for precissa a
sua assistencia; Por certeza do q’ lhe mandamos passar a presente por nôs
assinada, e passada pella Chancellaria da Cidade (...). Lisboa 9 de Setembro de
175047.
47 AML-AH,
Chancelaria Régia, Livro 11º de Consultas e Decretos de D.
Maria I, [fl. 58doc.], transcrito por Maria de Lurdes
Ribeiro da Silva, “Eugénio dos Santos e o estatuto do Arquitecto da Cidade”,
op. cit., pp. 125-126.
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